POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Espero sem desesperar
Por aquilo que não consigo encontrar,
Por algo que sempre me faz sonhar,
E que desejo um dia agarrar.
As horas continuam a passar
E a ansiedade a aumentar
Por vezes sem saber controlar
Por vezes quase a sufocar.
Nestes dias que passam continuo a procurar
A força que me fará alegrar
E que todo este desespero fará acabar,
Deixando-me livre para novas sensações desfrutar.
E como bom será esta dor libertar
Deixando a missão ao vento de a levar,
Para um lugar onde jamais possa voltar.
E em mim de novo voltar a atracar.
Quero calmamente poder respirar
E tudo de novo conseguir apreciar,
O sol, a natureza, as pessoas, o mar
Sem ter algo a constantemente me incomodar.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Talvez
Procure em mim algo que não tenha,
Talvez
Sonhe com algo que não consigo alcançar.
Sinto a razão completamente indecisa
Sem conseguir ser objectiva
Nem tão pouco conclusiva
Sobre a confusão que paira em mim.
Talvez
Não tenha nunca a solução,
Talvez
Não saiba interpretar o bater do meu coração.
A alma continuará sempre confusa
E ansiosa por uma vibração,
Que inesperadamente irá aparecer,
Para combater esta solidão.
Talvez
Seja tudo um momento difícil
Talvez
Consiga tudo isto superar…
Talvez sim,
Talvez não.
Quem sabe um dia…
…Talvez…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Olhei a saudade
bem de frente,
olhei-a nos olhos encovados e tristes
cheios de memória
percebi seus lábios tremendo
balbuciando palavras d’ontem,
tremendo na espera
do que nunca está presente;
sentei-me com ela
pedi-lhe uma história,
e no tempo em que nos perdemos,
o peito aberto
como folha alva, virgem
recebendo-a,
a saudade foi despedida,
foi espera,
foi partida e desespero,
ausência,
foram lábios mordidos,
perca e lágrimas,
e sorrisos de te lembrar:
A saudade foste tu,
teu nome que nunca
deixo,
teu rosto que nunca esqueço,
teu amor que nunca parte
teus olhos que não se despedem,
a saudade foi história,
presente sempre presente
futuro onde morre por ti.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Sonho com o sonho, que não é sonho
Sucumbo à fantasia,
E no torpor que me envolve
Flutuo…
No sonho…tu és minha
Abraço-te, beijo-te, possuo-te…
As nossas bocas colam-se
As nossas línguas embrulham-se
Num bailado infindável
Não quero acordar
Quero continuar a sonhar contigo
Sempre, sempre, sempre…
Porém…tenho que acordar
Não posso dormir eternamente
Gostaria que fosse possível
Se fosse…
Dormiria eternamente
Só para poder, sonhar contigo…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Doce tranquilidade,
Em teu olhar
Belo e cativante,
Quando sorris
Como gosto do teu olhar
Quando olhas,
Dentro dos meus
Olhos verdes,
Cintilantes
Quais pérolas,
Jamais vistas
Teu sorriso…
Tem mais vida
Com o teu olhar
Teus olhos…
Doces,
Penetrantes,
Leais…
Guardiães de mim
Que vigiam,
Que sorriem
Que me fazem vibrar
Adoro esse teu olhar...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Noite silenciosa,
Iluminada e misteriosa,
Que me traz a tua suave carícia,
Numa doce brisa
Que por mim passa,
Com um toque de malícia,
Pura e quente,
Que me adormece
Meigamente,
Num sonho de amor
Calmo e ardente
Onde é preenchido
O lado carente,
Desta vida superficial
Da gente,
Que corre apressada
E indiferente
Ao mergulhar profundo
Na alma do ente
Querido,
Que fica esquecido
No coração dormente.
Esta brisa
Que passa por mim,
Que penetra meus poros
E me preenche completamente,
É algo bem diferente
Dum gostar paciente.
É amar, simplesmente...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Noites sombrias
Passadas sem ti,
Horas vazias
Preenchidas com a tua imagem
Num desenho quente
Sobre telas frias.
Noites infinitas,
O teu lugar vazio
Silêncio frio
Do som do amor
Que ao longe me chama,
Doce arrepio
Saber-te aí
Esperando por mim.
Noites solitárias
Que um dia
Vão ter fim.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Ontem pensei
Nos pensamentos que deixei,
Corridos ou abandonados,
Em plano sem lei...
O copo de água que olhei,
Olhava-me com a transparência muda
De ideais que não sei
E que não saberei
Porque não quero.
A leste do meu paraíso,
Em sítio de leve juízo
Onde os delírios são possíveis,
Sento-me em chão que não piso
E espero, espero pelo que não preciso.
Sei lá o que digo
Quando estou indeciso
Entre choro e riso...
Sei lá!
Depois de pensar... ou talvez não
Nos chavões mais à mão,
Olhei-me no espelho...
Artifício falso e de indefinição
Onde nem os cães o são.
Está tudo ao contrário...
Uma magistral obra de ficção
Cheia de imaginação
Que alguma vez acabará.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Falar em silêncio
É falar em vão
Para um imenso vácuo
Que engole as palavras
Silenciadas por uma multidão.
Falar sem me ouvir
Como se fosse mudo
É falar para o mundo
Com palavras surdas
Que se vão entrelaçando
Numa dança sem sentido.
Falar em silêncio
É falar em vão
E ser-se engolido pelo tédio
Que advém da solidão.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
A chuva podia até nem molhar,
O vento podia não secar,
O frio podia nem se sentir,
O dia podia nem surgir.
Enfim…
A chuva molha devagar,
O vento sopra sem se pegar,
Afinal senti o frio
E o dia surgiu.
Resta vive-lo.
Sentir o tempo escorregar
Pelas paredes que são minha pele,
E que me contêm neste espaço
Que sou,
Onde existo e permaneço
Quieto, em mim.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
O frio da madrugada
Entrou no teu coração, gelando-o
A luz do dia…
Não conseguiu aquece-lo
Procuro porém…
Aquece-lo a todo o custo
Mas tu não deixas
Embora sintas, vibres, e ames…
Mas não consegues,
Que o teu coração…
Aceite o calor do meu
Mesmo assim…
O teu coração frio
Continua pulsando,
Continua batendo
Apesar de frio…
Há-de ser meu
Tu sabes, tu sentes
Embora...não o admitas
O teu coração,
Embora frio…
Um dia, será meu...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Gosto das noites
Em que fico só
E me escuto,
E eu, sou mesmo eu.
Acordam os meus segredos,
Desejos, desesperos, medos.
Os sonhos impossíveis
São ainda mais impossíveis,
As recordações são mais claras,
Os sentimentos mais fortes.
É nestas noites, a só
Que posso pensar em ti
Porque ninguém vai poder ver
O brilho do amor nos meus olhos,
E descobrir o meu segredo.
E sinto os teus lábios quentes
Percorrendo o meu corpo,
A tua pele macia, suave...
Um louco desejo de viajar
A outra vida,
Invade-me.
Vida onde era permitida
A liberdade de te amar.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Entrego-me
ao fado da vida.
Às guitarras
roucas
de gritar
teu amor...
As cordas
vão-se arrancando
como quem arranca
pedaços de paixão...
soltando-se notas
de palavras
ausentes
que se espalham
pelo chão...
A voz
já não se eleva
à dor
sentida...perdida...
Por ti...
Meu amor...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Encho os meus delírios de segredos perfumados,
Os meus lábios de saudades desmedidas,
As minhas fantasias de devaneios ousados,
E os meus dias de lágrimas perdidas!
Procuro a tua pele deslizante e arrojada,
A tua pujança que esqueci nesta vida,
Em aço frio por demais talhada,
Que fez da minha alma uma ferida!
Incansável,de loucuras inventadas,
Procuro o amor, sedento de ternuras,
Neste passeio de ilusões entranhadas
Em palavras que me não murmuras!
Envolvo-me em sensações longas e medonhas
Gritantes de desespero, cansaço e nadas...
Em arrepios e palavras enfadonhas...
Ai! Quem me dera outras estradas!
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
E porque as palavras
Já estão gastas
Os dedos dormentes
As mentes exaustas
Vem...
Vem mostrar o que vales
Numa longa noite
De amor...de paixão...
Com o cheiro da vontade
Com o sabor da união
Vem...
E não tenhas receio
A Lua vai lá estar...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Envolto em silêncio, escuto
A voz que me chama,
Que me alerta
Escuto com atenção,
Essa voz
Os seus conselhos,
As suas advertências,
Os seus sermões,
A sua experiência
Ela...a voz
Nem sempre tem razão
Muitas vezes...
As emoções falam mais alto
Do que a razão
Aí…a voz tem o seu poder
A sua influência
Nos alerta, nos acorda
Essa voz…
Que em silêncio…sofre
Porque é ignorada,
Maltratada, injuriada
Por muitos, que há muito…
Já a perderam
Essa voz…
É a nossa consciência.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Só para te dizer que te amo...
Só para te pedir desculpas...
A ti e aos que que me acolheram como uma verdadeira família...
Sinto saudades de todos...
Desculpem...
AMO@TE !!!">AMO@TE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Fico aqui,
Olhando-me,
Saboreando-te,
Sem te sentir a pele...
Num beijo,
Escorregando macio,
O ar electrizado
Percorre-me o corpo...
Perco-me nos detalhes,
Arrasto-me pelo mais,
E deleito-me
Explorando as tuas mãos!
Numa delícia
Inaugurada no desatino,
Abro caminhos molhados
Embarcando em horas de paixão,
Procuradas,
Desencontradas...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Pouso a minha vida,
Esquecida,
No parapeito da tua...
Faço uma pausa no vento,
Cruzo os mares da afeição,
E sopro a tua voz na minha alma!
Encanta-me a doce aurora do tempo,
Remo em águas nunca vistas,
Fascino o tempo de antes,
Provoco o amanhã
E anseio pelo agora!
Abraços húmidos de paz,
Quentes de bem querer,
Sedentos de luar,
Tocai uma sinfonia que corra pelo céu azul,
Que prove o sabor da fantasia,
Em línguas de sol poente!
Entreabro sensações,
Absorvo sentidos,
Derreto gritos palpáveis
E enlouqueço a minha pele!
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Uma pequena ansiedade,
os pensamentos persistentes vagueiam na mente
o cheiro diferente,
o anoitecer triste,
o acordar com vontade de dormir,
dormir até te ver
Que as recordações mais belas invadam o meu espírito,
que me encham o peito vazio,
que tragam para dentro de mim todo o teu Amor.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
E eu sofro em silêncio,
O grito que tu calas,
Que dentro no meu coração
É chaga se revelando,
Que nos olhos por se mostrar,
Também é silêncio meu,
Que farei silenciar.
E assim eu calo,minto,
Sobrando na saudade
O que ficou por fazer,
Atentos reparos,
Silêncios por palavras
E palavras por silêncios,
Que agora se firmam
E são imensos no sofrer.
Não sorrias amor,
Não penses sequer em nada,
Que a tua voz seja apenas
Estes meus olhos velando-te,
E quando achares razão,
Desse teu calar tamanho,
Saibas tu então
O quanto ainda te amo.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Como era bom ter asas e voar…
Voar por entre as nuvens
Rasgar os céus, ser livre…
Ir ao encontro do infinito
Ver as estrelas, os cometas
Observar a Lua, Marte, Júpiter, Plutão…
Levar-te comigo, sobre as asas
E acamparmos, junto ao Sol
Depois…
Voaríamos de regresso, rente ao Mar…
Pousaríamos na areia, para ali ficarmos
Deitados, abraçados…
Com nossos corpos, rolando sucessivamente
Até finalmente, adormecermos
Cansados, saciados, felizes…
Como era bom ter asas e voar…
Voar para junto de ti...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Janela da minha alma,
portão do meu corpo,
abraço do teu cheiro.
Alcanço-te com o olhar
busco-te com um sopro
daquilo que só nos sentimos.
Porque te respiro sufocadamente,
e se não te tenho,
perco o mundo.
Fico cego,
fico mudo,
surdo,
imóvel.
A minha realidade vivida
Quer-te a cada instante
e quando te quero,
não grito.
Fecho os olhos.
Porque a mim não me basta olhar.
Quero ver.
E vejo-te a ti,
vejo o teu corpo
a tua necessidade,
a minha de ti.
E olho-te,
tão intensamente
que te gravo no meu ser.
E sempre que abrir a janela de mim
tu serás a paisagem.
O ar que me permito respirar
a fonte de onde bebo
a melodia que preciso ouvir
a música que quero dançar.
Fundir-mo-nos os dois,
num só ser saciado.
Consigo ver-te,
por tanto te querer.
E se não vieres hoje,
eu espero.
Porque amanhã quando acordar,
vou abrir a minha janela,
e vou ver-te.
Esta doce obsessão
Insiste e persiste
e eu alimento-me dela, sempre.
Porque gosto
porque te quero.
Far-me-ás feliz,
basta respirares.
E isso mantém-me vivo:
mato a sede de ti, olhando-te
Sacio a fome que tenho vendo-te
apago a saudade observando-te,
Tudo porque os olhos são a janela do meu corpo.
E são eles que me ligam a ti.
Por eles mato,
porque sem eles não te vejo
e morro.
Os meus olhos são a minha janela
para o meu mundo
Tu apenas...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Guardo nos olhos da alma,
Bem fundo,
Feito cofre,
O discernimento que não quis,
A paixão que não sufoco,
A alegria que busco,
Sem buscar...
Abraço-te o coração
Numa tormenta sem rumo,
Arrepio-te o sonho
E conquisto-te a ausência,
Numa existência inventada,
Vazia de saudade!
Voltei aqui,
Ao mundo em que te inventei...
Abracei-te no aconchego das palavras,
Tornei-te real no meu sonho,
Realizei-te em nós!
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Sem dormir…
Flutuo no sonho
Que não me deixa adormecer
No sonho, que quero sonhar…
Estás à minha espera,
E abraças-me
Nossos corpos se unem
Nossas bocas se beijam
Nossas mãos...
Se entrelaçam
Nesse sonho, eu possuo-te
Tantas e tantas vezes…
Até os nossos corpos
Se fundirem,
E se transformarem,
Apenas num
Depois…adormeço
Completamente, saciado…
Não quero acordar
Quero continuar,
A sonhar contigo…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
As folhas levam o vento
Cada página que escrevo
Uma lágrima dispersa
Entre a chuva e a mansidão
Que calo nas entrelinhas
Na mesquinhez do saber
Dá-me a tua mão!
Escuta o meu silêncio
É tudo que te peço
Não digas nada!
Consola a nudez
Desta minha solidão
Que teima com persistência
Apoderar-se da minha
Amargurada inconsciência
É tudo que me resta
O silêncio, a solidão e a amargura
A triste saudade
Da minha doce loucura
Não me condenes
Abraça-me!
É tudo o que te peço
Não digas nada...
Dá-me de novo a tua mão!!!
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Voltei ao sonho...
Aos teus braços de seda e lua...
Procuro-te numa noite a dois,
Em mim,
Dentro de nós!
No silêncio dos corpos unidos,
No tempo de além tempo,
Encontro-te em cada palavra,
Em cada gemido da alma que me possui!
Perdura-me nos dedos
O cheiro da tua boca,
Nos lábios,
A doçura da tua saliva,
No corpo,
A ânsia partilhada,
O enleio,
A tormenta,
O querer igualado
Na razão perdida,
Numa memória de mãos,
Percorrendo-me!
Tenho saudades tuas princesa...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Noutra dimensão
Vagueio…
Disperso de mim
Procurando razão, motivo,
Para existir
Pergunto
Quem sou, o que faço,
Para onde vou…?
Não sei? Respondo
Divagando envolto em dúvidas,
E contradições
Neste complexo xadrez
Da nossa existência
Impossível, de explicar…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Protegido,
Consciente
Do mal que fazes,
Inconsciente,
Que sem saberes
Se tornou numa constante
Esta dor
Profunda na alma.
Apesar da calma,
A mágoa persiste,
Por um instante
Penso,
Que o amor não resiste,
E é tão triste!
Mas a dor não passa,
É falsa a carapaça,
Estou desabrigado,
O amor não acaba,
Porque se ele acabasse
Talvez a dor passasse.
Protegido,
Porque vejo a realidade.
Consciente,
Porque conheço a verdade.
Desabrigado,
Porque sinto a infelicidade
Desta realidade.
E é tão grande a saudade
De te sentir de verdade...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Solidão…
Que encerras a voz que sufoca a dor
Que trazes no peito…
Dor sentida, dor que dói…
Sofrimento atroz, que suportas
Solidão…
Que amargo sentimento…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Caminho solitário
Procurando que me vejas,
Que me ouças…
Procuro no tempo…Sem tempo…
A chama, o ardor, o clímax…
Trepo as paredes, deslizo no chão,
Subo às nuvens…
Perco-me no tempo
À tua procura, à procura de mim...
Flutuo, nas ondas revoltas,
De um mar imaginário
Onde me esperas, de braços abertos
Num veleiro…Todo ele pintado
Com as cores da esperança...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Na escuridão,
Um espelho.
No reflexo,
Eu. Só.
Olhar é mais do que quero por agora.
Basta este texto.
Uma breve palavra que ecoa sem destino algures pelas paredes.
Um som melancólico, um escorrer de água triste.
Uma linguagem silenciosa.
O calar de um grito.
Um sopro.
Uma luz.
Arranco a sombra do meu reflexo e derramo-a sobre mim,
Visto-a como se fosse um colete de salvação,
E afogo-me nela.
O zénite da procura:
Ser eu perante mim num calmo desespero em que conheço quem sou,
E bebo a loucura num só trago para calar esta sede de doce insanidade.
Nada é atroz.
Tudo se torna simples agora que me afasto.
Estendo o braço para ainda tocar o cristal,
Um vidro frágil que arde por conter tanto de mim.,
E sinto o gelo da memória a dizer que estou vivo.
Quem calará este eco que tortura a minha alma?
Quem fará acreditar este corpo que já morreu,
De que o amor existe?
Quem arrancará rosas do meu peito?
Quem lançará flores sobre o meu caixão?
Quem irá beijar-me a face quando deixar de haver resposta?
Quem sussurrará o meu nome baixinho quando à noite não vier?
Quem me tomará nos seus braços,
Num abraço lento e terno?
Quem irá dizer para deixar de beber estas lágrimas que do meu coração pulsam?
E nisto,
Um vulto no espelho reaparece e diz,
Mesmo antes de desvanecer numa nuvem de sonho:
-«...tudo o que existe nunca se esgota no que somos...»
Quando morrer,
Não serei um resto imóvel.
Fecharei os olhos,
E logo espalho a minha vida pelo mundo.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
O relógio dá as horas,
Não pára nunca, ritmo constante
Compasso infinito…
Assim é o meu amor!
Por entre memórias e lembranças
Demoro-me na minha espera.
Conto os dias, as horas, os minutos
Os segundos também…
Tudo porque tu escolheste o meu coração para morar.
Qual senhorio possessivo,
Deixei-te entrar.
Abri-te as portas do meu ser
Para que te encontrasses a ti própria,
E aí passasses o tempo… a ver o tempo passar
Assim o fizeste mas logo desapareceste
O tempo voou enquanto estavas comigo
Mas agora que a tua ausência está em mim presente,
O mesmo tempo está cansado de voar
E, por isso, rasteja e demora tempos infindáveis a passar
Distância física…
Proximidade espiritual.
Tocas a minha alma constantemente
Mas o meu corpo não te sente…
Interior…Exterior…
O paradoxo paradoxalmente paradoxal.
Sinto-te sem te tocar.
Tenho-te sem te ter.
Tristeza pontual mas alegria infinita…
Pois o azar de ter este azar é a mais pura das sortes…
…Quem sofre por amar é o mais sortudo dos sofredores!
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Solto-me das amarras,
Liberto-me
Voo sem rumo,
Ao sabor do vento
Buscando no desalento,
O tempo perdido,
Desperdiçado
Tentando alcançar ainda,
O amor, a felicidade
Poderá ser longo, ou até…
Inatingível!
Mas…
Não vou perder mais tempo
Vou sim em busca,
Do que não quis ter
Liberdade de sonhar,
De ser feliz
Procuro no tempo,
Sem tempo
Esse sonho, essa utopia
De ser feliz…
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Ouço vozes que me falam
Cheiro os ventos da mudança
Sigo sinais, que orientam
Procuro o tempo da esperança
Os ventos nada me dizem
Das vozes não ouço nada
Os sinais, não me conduzem
De esperança, pouco ou nada
Seguindo sinais e ventos
O incerto, é minha morada
Por muitas vozes que ouça
Não me conduzem a nada...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Apetece-me saltar de tão alto
que voltar ao chão seja impossível.
Apetece-me correr tão rápido
que parar pareça um sonho.
Apetece-me entrar num sono tão profundo
que acordar seja voltar a viver.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Hoje o Sol levantou-se mais cedo
Olhou e tocou os meus braços
Tentou levantar-me e aquecer-me
Mas tudo o que quis foi fechar os olhos
Senti que o calor me percorria
Como se fosse água quando tomo banho
Escorria pelo meu corpo
Tentando ao mesmo tempo dar-me forças
Hoje precisava dessa força
Precisava de sentir-me unico
Sentir o calor, não do sol
Mas dos teus braços
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Sussurro as palavras,
Que quero ouvir,
Só para mim
Com alento...
Divago no tempo,
Que já não tenho
A cada dia, que passa...
Acrescento mais um,
De esperança
Não desistirei do meu sol,
Nem do meu céu, azul
Procuro o pincel...
Com todas as cores
Para colorir,
O vazio incolor,
Que me invade
Vou plantar...
Um novo sonho
Que irá crescer,
E transformar-se...
Num imenso jardim,
de muitas cores
Sacudirei...
O pó que me ofusca
Irei...
Atrás da história colorida
Sempre pintada...
A preto e branco
Seguirei o cheiro...
A primavera
Deixarei de vez...
O inverno...
Cinzento...e frio
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Meu corpo jaz inerte, no silêncio
No chão vazio...de mim
Me evaporo...
Nas cinzas que restam, de nós
Minha sede...
Secou-me a boca
Ansiosa dos teus beijos
Meu sangue...gelou
Sem o teu calor
Meu corpo...
Despido de existência
Jaz inerte no silêncio
No chão vazio...de mim
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Quem me dera...
Poder entrar no teu iceberg,
Que te gela as emoções, e os sentidos
Incendiar teu corpo,
Com a minha chama ardente
Derreter...
O gelo que te prende,
E que te ofusca
Deixar nos teus lábios...
O fogo que há mim
Deitar lava incandescente,
No teu coração gelado, e ausente
Correria mundo...
Em busca da chama, que aqueça...
O teu coração
Impenetravelmente...gelado
Quem me dera...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Somos feitos de uma massa,
Que perdura
Para além do tempo,
E do espaço...
Integrados num todo,
Somos feitos
De tudo e do nada,
Em pedaços
Somos alma e matéria,
Misturados
Num intenso dilema,
Existimos...
Vivemos em cinico,
Marasmo
Duma réstia de vida,
Fugidia
Numa amálgama imensa,
Nos tornamos,
Mortais sofridos,
Pela dor
Somos carne e mente,
Controlados,
Pelo ciclo da vida,
Em que existimos
Somos réstia de tudo,
E de nada...
Em pó e cinza,
Nos tornamos
Numa triunfal mas calma,
Agonia
Que esvazia a raiva,
E a dor...
Na existência triste,
Da alegria...
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
O vento sopra, levemente
Soltando uma brisa refrescante
Junto ao pontão me debruço
Olhando o mar...
É manhã cedo, o sol...
Acaba de nascer, timidamente
Aos poucos, aquele lugar deserto...
Se enche de alegria, e cor
O vento...intensifica-se
Fustigando o meu rosto
Até agora, intranquilo
O tempo...vai passando
E eu...
Afasto-me daquele pontão
Onde estive
Contemplando o mar
De águas salgadas, e límpidas
Mar imenso, infindável...
Com ondas, cristalinas
Beijando a praia
De areia fina, e aveludada
Ali estive, a ver o mar...
Absorto, na sua majestosa
Imponência, e imensidão
Observando-o...
Até ao anoitecer
Depois...
Saí daquele pontão
De coração aberto...
E sereno
Fez-me bem...ver o mar imponente
Soltando as vagas na praia
E me fez decidir
Que um dia...e mais outro dia...
E em todas as horas
De todos os dias...
Terei de lá voltar
Ao mar...
Da minha tranquilidade.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Gosto do gosto dos teus lábios
Molhados, sensuais
Adoro o teu corpo, esbelto
Que estremece, quando toco
Gosto das tuas ancas
Finas, e sedutoras
Adoro o teu cheiro
A rosas, perfumadas
Gosto quando sorris
Teu rosto se ilumina
E o teu olhar…me enfeitiça
Penetrante, mas terno
Gosto das tuas mãos
Brancas, e finas
Que sabem acariciar
Deslizando, suavemente,
Pelo meu corpo…
Toda tu, és o meu sonho…
Que um dia, que um dia…
Se tornará realidade…
Numa qualquer…
Dimensão.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Vagueamos no tempo,
Olhando, o que ficou para trás
Ora tudo...
Ora nada!
Caminhamos...
Em busca de afectos,
De estímulos
Ou simplesmente...
Ficamos ali,
A olhar...
Para o infinito espaço,
Das recordações
Recordando fantasias,
Emoções, vivências
O tempo...
Traz-nos à memória,
Coisas belas
Outras...Mais tristes
Que o tempo se encarrega...
De guardar
O tempo...
É nosso confidente,
Nos bons...
E nos maus momentos
A sua memória...
Vasta, e infindável...
É a nossa inquestionável,
E inequívoca garantia
De que nunca ficarmos...
Perdidos no tempo.
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